segunda-feira, 15 de julho de 2013

O destino dos Impérios e a Real – Parte 2 a 2

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* esta excelente análise que o meu camarada Rider lá do fórum fez é um pouco grande e tive que dividí-la em duas para melhor leitura. Mas compensa ler, pois os pontos levantados pelo Sir John Glubb e a análise do Rider no caso são muito boas e merecem sim uma reflexão. 
por Rider, do Fórum do Búfalo
“Beleza Rider, o texto é legal, mas e daí? Pra quê ele serve a nós da Real?”
Existem vários pontos nesse estudo de Glubb Paxá que podem nos ajudar, principalmente a entender os tempos atuais, e nos prepararmos para sobreviver à inevitável queda do Império dos EUA.
Vejo três pontos principais:
1) A ERA DA DECADÊNCIA É GLOBAL
Nem preciso mais bater nesse ponto – todos nós sabemos que estamos numa fase de decadência. A grande diferença em relação a todos os impérios do passado é que essa decadência é GLOBAL. 
A grande sabedoria do Império Norte-Americano foi, após ter estabelecido suas fronteiras, ter percebido a futilidade de ter domínios ultramarinos. No lugar de buscar subjugar todos os povos do mundo, ele simplesmente moveu as peças nas diversas nações para que seus líderes fossem favoráveis a ele sem o necessário desgaste de uma ocupação armada. O Plano Marshall foi mais eficiente para tornar a Europa pró-EUA e capitalista que qualquer divisão do General Patton.
Fora a Europa Ocidental, os grandes aliados/adversários amigáveis dos EUA são:
- a Coreia do Sul
- o Japão
Porém, tirando a Coreia do Sul, todos esses outros países estão passando por crises:
- a Europa Ocidental passa por uma crise financeira iniciada nos EUA, mas longe de acabar;
- o Japão se dirige a um “harakiri populacional”, com menos e menos jovens dispostos a pagar o “preço” para se casarem com uma mulher japonesa; e, ao mesmo tempo não sabendo desarmar o extremo preconceito contra o estabelecimento de estrangeiros, mesmo que da mesma etnia que eles. Prevê-se que, no próximo século, o número de japoneses irá cair pela metade, e em 1000 anos, se extinguirá a raça japonesa. (NE: Para saber mais sobre este assundo, recomendo a leitura destes três textos: Em pesquisa, 40% dos japoneses preferem ser solteiros / O dilema dos herbívoros / Japoneses escolhem bonecas realísticas para o sexo)
gráfico japão
Clique na imagem para aumentar o seu tamanho.
O gráfico acima é da Univ. de Tohoku, mostrando o número de nascimentos no Japão nos próximos 1000 anos.
Ou seja, quase todas as nações que desfrutaram diretamente da prosperidade do império norte-americano se encontram envolvidas em problemas econômicos e populacionais os quais não conseguem solucionar.
2) O FEMINAZISMO É CONSEQUÊNCIA, E NÃO CAUSA, DA DECADÊNCIA
Como mostrado por sir John Glubb, o feminismo somente surge na fase final da vida de um Império, quando os seus cidadãos se encontram fracos demais para se opor a ele. É quase como se, devido à fraqueza dos homens nativos desse país, as mulheres resolvessem ocupar o espaço – uma última tentativa desesperada de colocar ordem no barco antes do colapso final.
Em todos os exemplos do passado, quando um povo se tornava fraco demais para defender o próprio território, outro povo mais viril e duro se erguia e tomava tudo – impondo seus costumes e leis ao antigo império.
Num Império globalizado, quais são os povos com força e vontade, e principalmente virilidade, para tomarem o lugar da nação decadente?
Permitam-me um exercício de futurologia:
Na Europa
- a Rússia: enquanto ela continuar nas mãos de um governante forte, e o povo russo não perder as suas características de auto-sacrifício, senso do dever e perseverança, ela poderá ser a nova Senhora da Europa.
Não acreditem nesses relatos que dizem que a Rússia está totalmente manginizada; isso só aconteceu nos grandes centros ocidentalizados, como Moscou e São Petersburgo.
- o Islã: já estamos cheios de ler relatos sobre jovens muçulmanos tentando implementar a sharia em seus bairros, na Europa. De como o número de estupros na Suécia aumenta – sempre envolvendo imigrantes que não se adequam, e nem querem se adequar, à cultura do país que os recebeu.
Altas taxas de natalidade, mais subsídios do governo, mais crise econômica e falta de empregos, e ainda mais uma cultura impermeável às influências externas, resulta numa bomba-relógio pronta para explodir. E os europeus ignoram o problema… Quanto tempo até a situação sair finalmente do controle?
Na Ásia: 
- a China: Preciso explicar alguma coisa?
Fora essas nações, ainda temos, como potências regionais, a Índia, a África do Sul e nós mesmos, na América Latina. Cada um desses países poderá mudar sua “lealdade” a uma das novas superpotências que surgirão dependendo dos seus objetivos no futuro.
De qualquer forma, seria muito bom se os europeus e norte-americanos se preparassem para o futuro que os ameaça… da mesma forma que nós devemos nos preparar.
3) TEMOS QUE REUNIR AS MELHORES CARACTERÍSTICAS DE CADA ERA SE QUISERMOS SOBREVIVER E PROSPERAR
No seu ensaio, John Glubb fala: “O sentimento de dever e de iniciativa não poderiam ser cultivados em paralelo com o desenvolvimento intelectual e as descobertas da ciência?”
Nós sabemos muito bem que, como uma sociedade, trazer de volta os “bons e velhos tempos” é impossível. Fazer com que a educação da garotada seja novamente rígida, que a moral e os costumes voltem aos anos 50 é inadmissível para a maioria das pessoas – principalmente na sede do Império.
Depois de algumas décadas de liberdade que virou libertinagem, alguém realmente acredita que a sociedade, como um todo, aceitará esse “retrocesso”? Se algum dos confrades acredita nisso, tenho péssimas notícias…
Resta somente a nós atingirmos esse ideal que Glubb sustenta ser a saída para os impérios decadentes. E, de certa forma, eu sinto que vários confrades já fazem isso:
- manter a honra pessoal e o senso de dever para com suas famílias e amigos;
- buscar o desenvolvimento pessoal em vários campos: físico, intelectual, talvez até no religioso;
- muitos de nós são empreendedores (não é o meu caso) ou buscam a saída mais pragmática e segura para esses tempos de decadência e insegurança econômica (o que é o meu caso). Mas, independente do caminho escolhido - conseguir a independência financeira e a prosperidade.
“A decadência é da sociedade, não do indivíduo”. Ele relata sobre cidadãos do Império que, emigrando para outros países, logo fugiram do sentimento de derrota e pessimismo de suas nações, e se tornaram iguais ou melhores do que os nativos.
A diferença é que, como o Império é globalizado, é de pouco efeito trocarmos um país por outro; com exceção dos poucos que ainda mantém uma atitude viril (Rússia, China e o Islã) para onde formos encontraremos os mesmos problemas, em graus variados. Sem falar que os três países citados possuem uma cultura muitíssimo diferente da nossa…
O jeito, enquanto o Império não decai completamente, é mantermos nosso comprometimento conosco e com nossos ideais. Aumentarmos nossas vitórias em todos os campos do nosso desenvolvimento pessoal: o físico, o econômico, o intelectual e o de caráter. E assim evitarmos que o pessimismo e a decadência que tomará conta da sociedade se reflita em nós mesmos.
E por que não seríamos vitoriosos? Afinal, se a decadência está globalizada e internacionalizada, a resistência a ela também está.


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